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Farol do Caminho
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  1. A caridade material e a caridade moral
  2. A coragem da fé
  3. A eclosão da mediunidade
  4. A fé que transporta montanhas
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  9. A mulher na história
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  27. O Cristo Consolador
  28. O Diabo - Uma breve visão do Maligno
  29. O tríplice aspecto do Espiritismo
  30. O jugo leve
  31. Retorno a vida corporal

A Caridade Material e a Caridade Moral

Vitorino José

ESE - Cap. XIII - item 9.

Jesus nos disse que devemos amar uns aos outros, fazendo aos outros, o que queremos que os outros nos façam

Se nós agíssemos assim, o mundo seria muito diferente do que é hoje. Não haveria sofrimentos, nem misérias porque o rico daria pelo menos o que lhe sobra para quem nada tem. Também não guardaríamos mágoas nem ressentimentos pelo que os outros nos fizeram de errado. Por isso mesmo o desejo de vingança seria esquecido.

Quando a irmã Rosália se dirige aos ricos, pedindo o que lhes sobra em favor dos pobres, surge uma pergunta: quem é rico?

Efetivamente se perguntarmos a cada um quem é rico, provavelmente ninguém o admita.

Será que é vergonhoso admitir que seja rico? Ou será que admitir que seja pobre é sinal de humildade?

Infelizmente associamos rico com orgulho e pobre com humildade. Mas sabemos que existem ricos muito humildes e pobres muito orgulhosos. Não é nossa condição financeira que determina nossa postural moral.

Por que, então, não gostamos de admitir que sejamos ricos?

Talvez porque, ao admitir que somos ricos também admitimos que temos sobras que poderíamos dar aos pobres, e não o fazemos.

Então, para não nos denunciar, não admitimos que sejam ricos. Fica mais fácil. Além de ninguém me cobrar por não dar nada a ninguém, também fico numa posição confortável para receber alguma doação... Quem sabe?

O fato é que poucos saberiam responder por que não admitem que sejam ricos.

Vendo esta questão por outro lado, somos obrigados a admitir que no mundo não haja ninguém que não tenha algo a dar para outra pessoa.

Todos dispõem de algum valor para distribuir. Sem exceção.

Se formos pobres a ponto de não dispormos de nenhuma quantia financeira, ainda podemos doar de nós mesmos. E aqui chegamos ao ponto em que precisamos diferençiar os tipos de caridade.

Existe a caridade material, que é quando doamos do que temos.

E existe a caridade moral, que é quando doamos do que somos.

Quando falamos em caridade material inevitavelmente pensamos na esmola. Existe uma pergunta que sempre fazem e parece polêmica: "É certo darmos esmola"?.

Esta dúvida não é nova e Kardec já se preocupava com isto, tanto que indagou aos Espíritos Superiores sobre esta questão.

Abordaram um ponto de vista bem interessante. Uma pessoa realmente pobre, não daquelas que se fingem de pobre para obter vantagens, sente muita humilhação em estender a mão para um estranho para pedir socorro amoedado.

Considerando que a pessoa que pede esmola nos faróis e nas calçadas seja realmente necessitada, devemos indagar do motivo que nos leva a dar esmolas. E este motivo é que importa.

Geralmente damos a esmola para "nos livrar" do inconveniente. Isto não é caridade, é pagar para termos um pouco de tranquilidade.

Podemos dar esmola por acharmos que são "coitadinhos" e os ajudamos para diminuir seu sofrimento. Neste caso estamos querendo demonstrar aquele que pede o quanto somos bonzinhos.

Os ricos precisam mesmo esperar que o pobre se humilhe para receber sua ajuda? Claro que não! Porque não ir ao seu encontro para ajuda-lo sem que ele se humilhe?

O maior mérito dessa ação é justamente não esperar que o favorecido venha em busca do socorro, mas ir até ele levando o alívio. Mais ainda é não deixar que o favorecido perceber quem o está ajudando, mantendo-se no anonimato.

Ainda mais meritório é quando não deixamos que o necessitado perceba que está sendo ajudado.

Portanto o mérito não existe em dar ou não dar esmolas, mas sim em como se dá esta esmola.

Convenhamos que muitas pessoas, dizem, não terem coração para não ajudar o "coitadinho" que pede ajuda no farol, mas recusam sobre desconfiança quando alguma entidade de ajuda ao necessitado, por mais respeitável, lhe pede ajuda.

Dão dinheiro nos faróis e nas calçadas, mas não são capazes de comprar algo na casa Espírita para auxiliar a casa a angariar fundos para que a casa se sustente e sustente as famílias que são assistidas pela casa Espírita.

Muitas pessoas não fazem este tipo de caridade talvez porque, mesmo inconscientemente seus nomes não aparecem em destaque. Não se sentem "úteis"...

Mas ainda assim, a caridade material é a mais fácil de ser praticada.

Os maiores problemas que enfrentamos para a prática da caridade não estão no dinheiro. Estão no aspecto moral.

A caridade moral é muito difícil porque exige de nós algo que nem sempre estamos dispostos a doar.

Dentro de casa é o lugar onde primeiro e mais urgentemente devemos praticar a caridade.

Quantas vezes retruquei em gritos uma palavra pronunciada mais rispidamente, ou mal colocada numa frase?

Será que ao nos fazerem a mesma pergunta pela terceira vez, responderemos com a mesma paciência que tivemos quando a pergunta foi feita pela primeira vez?

Será que tenho suportado meus parentes, sabendo que cada um tem seus defeitos e que, com certeza, eu também tenho os meus? E que por isso mesmo, eu deveria suportá-los para que eles também me suportassem?

Se não tenho feito isso, com que direito exijo deles maior paciência, maior tolerância, maior capacidade de perdão e de entendimento de meus erros, se não é isso que faço com eles?

E quantas vezes realmente ajudo meu parente, o tolero e o compreendo; aceito até mesmo seus desaforos e suas ofensas? É claro que algumas, se não muitas vezes.

Mas chega o dia em nós, por nossa vez, perdemos a razão, e aprontamos daquelas ofensas... E nosso parente não age conosco da mesma maneira. Ficamos irados! Sentenciamos: "Eu te aceito e entendo seus erros. Quantas vezes você me ofendeu e eu te perdoei, e é assim que você retribui? Ingrato!".

Isto não é caridade. Caridade neste caso é perdoar nosso ofensor, tantas quantas vezes a ofensa for feita pela mesma pessoa.

É sabermos calar a nossa boca para que outro mais tolo possa falar. Enquanto o outro grita conosco, descontrolado, ficamos calados e, em pensamento, vamos orando e vibrando para que nosso parente se acalme.

Divaldo Pereira Franco conta, em uma de suas palestras, que deviríamos agir com paciência e não ofender ninguém em nenhum momento. Naquele momento em que estamos em uma condução lotada, e aquele grandalhão, do tipo 4 x 2 (quatro de altura por 2 de largura), pesando algo em torno de meia tonelada, pisa sobre o nosso pé. Não apenas sobre o pé, mas exatamente sobre aquele meu calo preferido. Aquele calo de quem nunca me esqueço, porque ele não me deixa em paz. O que fazer? Dar um grito de dor, bem alto? De jeito nenhum porque nosso grito pode assustar aquele grandalhão, e não temos este direito. Portanto, gritar seria falta de caridade. Devemos, sim, cutucar lhe levemente nos ombros, e dizer com um sorriso jovial: "Você não está sentindo algo macio, meio fofo, embaixo do seu pé? Pois é! Aquele é meu pezinho."

Evidentemente que nos passa a ideia da caridade moral e não necessariamente o exagero da situação. Precisamos aprender que a caridade moral se faz em todos os momentos.

Todos os machões de plantão falam de peito aberto que levam desaforo para casa. E estão certos. Só estão errados na reação. Para eles não levar desaforo para casa é revidar na mesma moeda. É falta de caridade. O verdadeiro cristão também não leva desaforo pra casa, deixa o desaforo aonde ele foi feito. Levar pra casa, pra que? Isto sim é caridade moral.

E nunca, nunca praticar uma caridade para depois exibir, mostrar ou cobrar de volta o que foi feito. Atitudes como esta destroem todo o bom trabalho, e perde-se todo o bom fruto conquistado.


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