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Farol do Caminho
Farol do Caminho
Todos os artigos
  1. A caridade material e a caridade moral
  2. A coragem da fé
  3. A eclosão da mediunidade
  4. A fé que transporta montanhas
  5. Ajuda-te e o Céu te ajudará
  6. Amar ao próximo como a si mesmo
  7. A mediunidade dos animais
  8. A mediunidade na história
  9. A mulher na história
  10. A quem muito foi dado, muito será cobrado
  11. A Simbologia da Páscoa
  12. Bem aventurados os aflitos
  13. Buscai e achareis
  14. Comunicação mediúnica
  15. Desenvolvimento mediúnico
  16. Determinismo e Livre Arbítrio
  17. Finados
  18. Fora da caridade não há salvação
  19. Há muitas moradas na casa do Pai
  20. Jesus no lar
  21. Lavar as mãos
  22. Mundos Superiores e mundos inferiores
  23. Natal
  24. Não separar o que Deus juntou
  25. Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo
  26. O amor ao próximo
  27. O Cristo Consolador
  28. O Diabo - Uma breve visão do Maligno
  29. O tríplice aspecto do Espiritismo
  30. O jugo leve
  31. Retorno a vida corporal

Lavar as Mãos

Maria Inácia

Pôncio Pilatos era governador da Judéia, era um político tão astuto quanto a maioria dos homens públicos de sua época. Não se tratava de alguém especial ou diferente não!. Nem tão pouco era um homem diferente dos homens de hoje em dia.

A conjuntura política da época, de um lado tinha o interesse de César, o imperador, em manter a coleta de impostos em taxas elevadas ( também não muito diferente dos nossos dias), associado ao interesse em não honerar o estado com despesas de uma revolta civil. A corrupção é um mal muito antigo.

Daí um dos deveres do governador, consistia em observar a atitude e o comportamento dos Judeus com relação ao império dominante, a fim de evitar toda e qualquer manifestação de revolta que pudesse surgir visando a liberdade para o povo oprimido.

Para manter esse controle absoluto, Pilatos, determinava em nome de César, investigações periódicas, porque qualquer suspeita de revolta seria contida, sem prejuízos ao estado e o império.

Acontece que naquela ocasião, apareceu um homem chamado Jesus, nascido entre gente humilde, filho de um carpinteiro e de uma mulher chamada Maria. Nascido em lugar incerto : Belém ou Nazaré?

E esse homem foi crescendo em tamanho e virtude. Andarilho por natureza, pois que transitava a pé por regiões desprovidas de qualquer beleza de qualquer encantamento.

Porém muito amado pelo povo que o seguia.

No lugar onde passava, grande multidão o seguia, comentavam até que alguns discípulos os seguia!. Alguns diziam que era o Cristo que haveria de vir para libertar seu povo, outros o tinham como profeta, e outros ainda anunciavam que aquele seria o rei dos judeus que haveria de provar o supremacia da raça eleita.

Essa notícias cresceram por toda a Judéia. Cruzaram a Palestina atingindo até mesmo Roma, que viu a necessidade de enviar um seu emissário até a Judéia, pois o governador Pilatos demora demais a enviar um relatório que esclarecesse a respeito desse novo profeta.

Pilatos porém, não dava muita importância a tais comentários, sabia que Jesus era da família de João Batista e não reunia condições para liderar uma revolta, o muito que poderia acontecer, seria interferir na conduta do povo, mas não na política de Roma.

Mas, Pilatos desconfiado que o império havia mandado um mensageiro para investigar, o governador, mandou que fizesse uma investigação mais apurada, minuciosa, mas....... além do que já sabia, só pode acrescentar : O homem era inofensivo, estava mais preocupado em pregar um tal reino de Deus, mas........, ilusão de todos os profetas e adivinhos, e não se intrometera na política de Roma, aliás nem conhecia tal coisa.

Roma poderia ficar despreocupada, que Roma se aquietasse, o homem não representava ameaça nem para o Estado e menos ainda para o império. Somente mais um profeta lunático, pregando esse tal reino de Deus, só falava em paz, em perdão das ofensas e incentivando o amor ao próximo.

Mas Roma não se aquietou, mas Roma não se despreocupou, as notícias sobre Jesus, assustavam muito os altos dignatários da velha loba, que passou a vigiar a sondar diuturnamente o povo estrangeiro.

Pilatos teve que tomar providências urgentes para não perder seu trono.

Submete Jesus à vergonha pública, prendendo-O e fazendo-O passar por interrogatórios.

Jesus, que superava todos os seus próprios limites para lecionar a verdade, que exemplificou tudo o que ensinou, que no encontro discreto com Nicodemos, o doutor da lei, que não conseguiu compreende-Lo, mesmo quando se referia as coisas da terra e cogitava sobre a reencarnação, algo constante na vida de todos nós. Mas agora não!, agora Jesus estava diante de Poncio Pilatos, governador da Judéia, que fora prefeito em Batávia, e Jesus sabia que haveria de partir dali uma saraivada de interrogações.

- És o rei dos Judeus? Os de tua nação te denunciam..., que fizeste? Onde é teu reino?

Jesus depõe altivo e sereno;

- Meu reino não é deste mundo!

Imaginando Jesus, com juízo meio estranho, para escapar das acusações, Pilatos interpôs incisivo:

- Então és rei?... E que vens fazer aqui?

Ao que Jesus responde:

- Vim a este mundo testemunhar a Verdade! Quem aspira a verdade ouvirá a minha voz!

- Mas, homem...o que é a Verdade?

Jesus não respondeu, conhecia o mundo íntimo de Poncio Pilatos.

Cada um de nós ostenta a sua verdade, refratária aqui, fragmentária ali, a exemplo de Nicodemos e dos fariseus, Pilatos também a negligenciava.

A sua verdade estava consubstanciada a César, que conhecia muito bem, tinha assento no trono do império e, além do mais era seu sogro e, quem o havia presenteado com a governadoria da Judéia.

Pilatos estava aprisionado ao Daí a César o que é de César, deveria manter sua fidelidade. Mas sabia que Jesus era inocente. Qual o crime que Jesus havia praticado? E em meio a tantas pressões, haveria de tomar uma decisão. E, dependendo da decisão, sua vida sofreria profundas transformações. Porém suas opções eram poucas:

Poderia defender Jesus contra os fariseu, isso significaria acabar com sua vida pública, porque os Fariseus se revoltariam , e César não o perdoaria. Vira-se na condição de abandonar sua vida regrada para segui de coração e alma o Mestre de Nazaré.

Poderia defender os Fariseus contra Jesus, Nesse caso haveriam dois riscos, o primeiro era o da revolta popular, que, certamente contrariaria os desejos de Roma e neste caso, perderia muito terreno político, pois seria rotulado como um legislador incapaz. Havia também a questão da própria consciência que o condenaria para sempre.

Diante da encruzilhada, Pilatos optou então em seguir uma terceira alternativa, a do não compromisso.

Aproveitando-se da chegada da páscoa dos Judeus, optou pela escolha popular como determinava a própria lei Romana.

Com isso, não se comprometia nem com César, nem com os Fariseus e nem com o povo Judeu.

Apresentou a multidão um prisioneiro por nome Bar Abas e do outro lado Jesus,e, diante da multidão, apontando para Jesus, lavou as mão dizendo : Estou inocente do sangue desse homem, fique o caso convosco.

Daí, o fato de lavar as mãos, significando que se isentava de responsabilidades pelo resultado.

Em outras palavras, a omissão diante da indecisão.o não querer abandonar os prazeres que sua vida pública lhe dava, para seguir a rude vida que Jesus levava. Na verdade Poncio Pilatos acovardou-se, foi covarde, não quis responsabilidades nem mesmo para seus próprios atos.

Mais de vinte séculos se passaram, e o retrato de grande parte da humanidade nos nossos dias, se assemelha ao da época de Pilatos, quando na hora da decisão em casos que carecem de uma ajuda maior, quando a estabilidade individual corre riscos, muitos também dr acovardam lavando as mãos.

A negligencia de Pilatos se faz presente em nossos atos muito mais que imaginamos, quantas vezes falamos : " eu lavo as minhas mãos", como a querer que não temos nada com isso, e, quantas vezes jogamos nos ombros dos outros responsabilidades que são nossas.

Quantas vezes somos chamados a escolher entre os prazeres materiais e os deveres da caridade?

Quantas horas desperdiçamos frente a televisão, na ociosidade, quando temos tanto trabalho em favor de alguém? Quanto trabalho espera por nós?

Para muita gente, Caridade só se faz fora de casa, mas não é isso! A Caridade começa justamente dentro de casa, é lá entre as paredes do lar, na família nos encontramos reunidos pelos laços consanguínios para os devidos reajustes..., e quantas vezes por dia, por hora, nós brigamos, xingamos, esbravejamos, lamentamos, reclamamos, gritamos porque a criança esta chorando, porque alguém nos tirou do conforto, do repouso, do prazer de assistir televisão A criança que não para de falar, quer conversar justamente na hora que o jogador vai cobrar a falta.

Todas as vezes que nos revoltamos porque o nosso gosto, a nossa vontade, nossos caprichos não foram atendidos, estamos fazendo PIOR que fez Pilatos.

Porque entre César e Jesus, Pilatos preferiu um caminho entre os dois. Mas nós, entre os nossos prazeres e as responsabilidades Cristãs, não titubeamos e escolhemos os prazeres de César.

Por isso mesmo, a atitude de Pilatos deve ser bem entendida, porque as ilusões de César nos impedem que realmente possamos ter olhos de ver, porque buscamos a verdade, projetando nos outros o que não podemos aceitar como nosso.

Existe um trecho bíblico onde Adão disse a Deus : Eu não pequei Senhor!, a culpa é toda da mulher que me tentou!

Eva por sua vez, se desculpa frente ao Criador : " Toda discórdia ocorrida cabe a maldita serpente".

Assim somos todos nós! Nossa visão nos engana muito sobre as coisas, principalmente sobre aquilo que convencionamos chamar de certo e errado.

Nesta lição, encontramos mais uma vez, o doce convite de Jesus a nossa reforma íntima, a nos conhecer, a conhecer a nossa verdade. Porque se a nossa verdade não é admitida honestamente, como podemos nos aproximar da Verdade Maior.

Precisamos assumir cada dia mais, atitudes de acordo com o que falamos, de acordo com o que sentimos. Admitir que somos espíritos imperfeitos em aprendizado, que somos falíveis, que cometemos erros e acertos, que magoamos e somos magoados, mas que estamos aprendendo com nossos erros. Que faltamos com a verdade para conosco mesmos, que ainda não somos caridosos conosco.

Ninguém, nenhum de nós, conheceremos a verdade, cultivando dentro de nós a maledicência ou nos desviando por vontade própria sua direção dos caminhos da Caridade e do Amor. Se não quisermos julgar! Não julguemos, isso é bom!, mas, quando chamados a decisão, decidamos sem favoritismo, sem lavar as mãos, sem deixar premeditadamente nosso fardo nos ombros dos outros.

Vamos procurar, cada um de nós, nos esforçar para não mais imitarmos o gesto do governador da Judéia.

Vamos refletir sobre o verdadeiro sentido dessa nossa vida e buscarmos o objetivo maior, concreto e real, que é a vida Espiritual, já que é como Espíritos que viveremos na eternidade e, só levaremos desta breve existência na matéria os bens morais que verdadeiramente incorporamos ao nosso patrimônio espiritual.

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