Vitorino José
A promessa da vinda de um consolador faz parte das últimas instruções de Jesus aos Apóstolos, na última ceia, logo após a saída de Judas Iscariotes.
Durantes estas instruções Jesus fala por duas vezes do Consolador. Ademais as instruções, além de belas e emocionantes, representa uma grande oportunidade de conhecermos melhor este homem maravilhoso que é Jesus. Quem puder, leia-as no Evangelho Segundo João.
Para que possamos compreender esta promessa do Cristo, precisamos entender o caráter consolador da sua missão, bem definido ao afirmar que veio para os doentes e não para os sãos.
De fato, à idéia de Deus único já pregado por Moisés, Jesus acrescentou a Lei do Amor e resumiu os 10 mandamentos de Moisés a apenas dois. A Idéia de perdão, de reconciliação e aproximação de todos para com Deus e para com o próximo representou um avanço extraordinário na compreensão e no comportamento dos homens de sua época.
Ficou estabelecida a progressão da Revelação Divina aos homens.
Em primeiro, Moisés nos trouxe a idéia de um Deus Único. Esta idéia revolucionou o pensamento e o sentimento religioso de então, quando se acreditava em muitos deuses e os adoravam em imagens. Cada deus tinha um determinado poder e uma limitação. Davam-lhes características humanas, imperfeições morais como a inveja que um deus tinha do outro. No entanto, o Deus de Moisés ainda era um Deus poderoso, vingativo, Senhor absoluto de todas as coisas e exigia obediência e demonstrações de submissão. Ainda assim, não há como negar que o Deus de Moisés era um Deus muito mais consolador que os deuses mitológicos pois havia uma relação de adoração x proteção muito maior e mais tranqüila. Todas as pessoas tinham acesso a este Deus enquanto os deuses mitológicos eram para poucos. Enquanto a proteção do Deus Único era estendida a todos os seguidores, bastando cumprir Seus Mandamentos, os deuses exigiam altares suntuosos e atos de adoração não acessíveis ao poder financeiro do povo que mal tinha o que comer.
Em segundo, Jesus nos trouxe a idéia de que Deus não é vingativo, ensinou-nos a chamá-lo por Pai ao compará-lo a um Pai justo, em diversas ocasiões. Mostrou-nos um consolo ainda maior levando-nos a suportar melhor nosso sofrimento com o desenvolvimento da esperança num futuro e na Justiça Divina.
Com o anúncio feito pelo Cristo, todas as dores e os sofrimentos puderam ser minimizados.
Prestes a enfrentar seu calvário, Jesus sabia que seus ensinamentos não seriam bem compreendidos e seriam, de fato, esquecidos. Para que não se perdessem, prometeu-nos um outro Consolador e definiu suas obrigações. O Consolador deve:
Passando um olhar sobre as correntes religiosas de hoje, podemos notar que nenhuma delas se enquadra nas características definidas por Jesus, exceto o Espiritismo.
Trazido ao mundo na segunda metade do século 18, pela coordenação de Allan Kardec, O Espiritismo cumpre a promessa de Jesus. Vejamos:
No tempo certo, quando a humanidade já se encontrava preparada para receber e aceitar certas verdades surgiu o Espiritismo na condição do Consolador Prometido por Jesus, para fazer cumprir a promessa do Cristo.
O Espiritismo tem um caráter altamente consolador porque, ao desvendar as vidas passadas e futuras, mostra ao homem que seu sofrimento tem uma causa, que ele não sofre apenas pela vontade de um ou mais deuses; mostra que ninguém está irremediavelmente perdido e qualquer que seja a problemática na qual está envolvido, sempre haverá uma solução e uma possibilidade de reconstruir a paz e a alegria perdidas. Hoje sabemos porque sofremos, que nosso sofrimento tem origem nesta ou em outra vida passada; sabemos que podemos consertar o que fizemos de errado, mas também sabemos e podemos aprender a praticar o Evangelho de Jesus e que enquanto não o fizermos, estaremos acarretando mais e mais sofrimentos.Sabemos que Deus é realmente um Pai Bom e Justo, mas também sabemos que deixa em nossas as mãos a responsabilidade e as conseqüências de nossos atos, o que nos faz sofrer pelos erros que cometemos, mas também nos faz felizes pelos acertos que cometemos.
O Espiritismo não cria uma nova moral nem uma nova religião, apenas revive aquela criada pelo Cristo.
Enfim, não há dúvidas de que o Espiritismo é o Consolador Prometido.
No entanto nada disso nos servirá se não nos interessarmos em aprender. Não basta ser espíritas e freqüentar a Casa Espírita para merecer o consolo e a paz perdida. É necessário aceitar integralmente a Doutrina Cristã, aprendendo seus fundamentos.
Através de uma análise lógica e racional é que iremos conseguir praticar o Evangelho em sua essência mais pura.
Através do devotamento e da abnegação é que iremos conseguir o bálsamo para nossas lágrimas.
O verdadeiro Espírita e o verdadeiro Cristão são uma só e a mesma coisa. Kardec nos deu a definição do Homem de Bem como sendo a do verdadeiro Espírita, e ao nos tornarmos homens de bem é que iremos construir uma estrada mais feliz.
Tudo isto entendemos e compreendemos porque acreditamos no Espiritismo e procuramos aprender e praticar o Evangelho de Jesus conforme o Espiritismo explica.
Mas o que dizem as pessoas que não espíritas? Seria um consenso universal que o Espiritismo é o Consolador? É claro que não!
Nas interpretações das palavras de Jesus, feitas ao longo do tempo, não tendo como entendê-las, os homens prenderam-se na interpretação literal das palavras da Bíblia. Literal, porque as pessoas, em geral, lêem o que está escrito e acreditam como tal. Assim é a fé cega anunciada por Kardec. Entendem que tudo o que vem de Deus é inquestionável e a Bíblia, sendo a palavra de Deus, jamais pode ser questionada.
Por isso mesmo, algumas pessoas acreditam que o Consolador prometido por Jesus já veio ao mundo. E veio pouco depois de sua morte, e o identificam como o Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Curiosamente afirmam que o Espírito Santo é uma pessoa, com características próprias e afirmam que o Espírito Santo é Deus. Dizem que o Espírito Santo se manifestou pela primeira vez aos homens no dia de Pentecostes quando os apóstolos falaram línguas estranhas.
Estas pessoas não aceitam de forma alguma o Espiritismo como Consolador Prometido, fazem severas críticas a Kardec e o chamam de Anticristo.
Dizem coisas do Espiritismo que não combinam em nada com o que os espíritas acreditam. A visão deformada que tem da Doutrina é algo impressionante. Distorcem conceitos, idéias e filosofias. Apenas para exemplo, podemos citar que chamam de Espiritismo todo e qualquer ato de bruxaria, inclusive a crença nas Bruxas. Dividem o Espiritismo em "Escolas Espíritas" e dão 14 nomes diferentes mas concluem dizendo que existem uma infinidade de "denominações" espíritas. Alguns desses nomes existiram, de fato, mas jamais como divisionismo de idéias e de filosofias. Além disso definem como grupos espíritas, dentro do mesmo conceito: Ordem Rosa-Cruz, Cabala, Teosofia, Circulo Esotérico da Comunhão do Pensamento, A Esfera, Ordem dos Iluminados, Gnosticismo, Candomblé, Quimbanda e por aí vai...
E o que isso tem a ver com o fato do Espiritismo dizer-se o Consolador Prometido? Tudo!
Dentro de um raciocínio lógico demonstramos que o Espiritismo preenche todos os requisitos anunciados por Jesus Cristo que o qualificam como o Consolador. Nenhum outro pensamento pode ser enquadrado tão perfeitamente como o Espiritismo e a única alternativa que os não espíritas possuem é o Espírito Santo cuja definição não é clara nem coerente para eles mesmos. Dizem que o Espírito Santo, o Consolador é uma pessoa, mas como pessoa viverá eternamente conosco porque esta pessoa é Deus...
Temos que optar por uma ou outra religião e buscarmos livremente aquela que nos ofertará o melhor consolo, o melhor esclarecimento e orientação. È pelo menos uma destas coisas que procuramos numa religião qualquer.
Todos nós devemos procurar nossas razões para acreditarmos ou não que o Espiritismo é o Consolador Prometido.
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