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Farol do Caminho
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  1. A caridade material e a caridade moral
  2. A coragem da fé
  3. A eclosão da mediunidade
  4. A fé que transporta montanhas
  5. Ajuda-te e o Céu te ajudará
  6. Amar ao próximo como a si mesmo
  7. A mediunidade dos animais
  8. A mediunidade na história
  9. A mulher na história
  10. A quem muito foi dado, muito será cobrado
  11. A Simbologia da Páscoa
  12. Bem aventurados os aflitos
  13. Buscai e achareis
  14. Comunicação mediúnica
  15. Desenvolvimento mediúnico
  16. Determinismo e Livre Arbítrio
  17. Finados
  18. Fora da caridade não há salvação
  19. Há muitas moradas na casa do Pai
  20. Jesus no lar
  21. Lavar as mãos
  22. Mundos Superiores e mundos inferiores
  23. Natal
  24. Não separar o que Deus juntou
  25. Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo
  26. O amor ao próximo
  27. O Cristo Consolador
  28. O Diabo - Uma breve visão do Maligno
  29. O tríplice aspecto do Espiritismo
  30. O jugo leve
  31. Retorno a vida corporal

O Jugo Leve

Vitorino José

Em todas as épocas da humanidade sempre encontramos momentos de grande aflição, seja coletivamente ou individualmente. Coletivamente podemos destacar as guerras e as pestes que dizimaram grande numero de pessoas.

Mas é no campo individual que esta lição mais nos chama a atenção.

A dor e o sofrimento é uma constante na nossa vida, em todas as épocas da humanidade. Não há um só ser humano que nunca tenha tido um tipo de sofrimento qualquer. O que muda de um ser humano para o outro é a maneira como nos comportamos e como assimilamos os sofrimentos.

Aportamos num templo religioso, não importa qual a religião, buscando uma maneira de acabar com nosso sofrimento. Não gostamos de sofrer. Na verdade, a alegria e paz são os nossos objetivos e a nossa tendência em todos os momentos da nossa vida.

Em meio aos vários comportamentos, Jesus surge como uma promessa, como uma esperança de que nosso sofrimento acabe.

E esta esperança aumenta quando lemos ou ouvimos de outros o que Ele disse: "Vinde a mim vós que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei...".

Sentimo-nos ainda mais esperançosos porque sabemos que uma promessa do Cristo jamais é quebrada. Se Ele disse que nos aliviaria, estão nossos problemas resolver-se-ão.

Parece ser uma conclusão óbvia. Daí advém a confiança que nos inspira freqüentar um templo cristão.

Mas, mesmo freqüentando o Centro Espírita como fomos orientados, mesmo tomando todos os passes que nos mandam, o sofrimento não desaparece e, às vezes parece aumentar ainda mais.

Jesus teria mentido negando-me o alívio?

Na verdade não.

Em primeiro temos que admitir que nosso comportamento diante das dificuldades não é um comportamento sensato. Temos um problema e o que queremos é a solução mais rápida e mais fácil. Procuramos em primeiro lugar alguém que nos livre do problema. Queremos e desejamos sempre que alguém faça alguma coisa por nós, esquecidos da nossa própria responsabilidade em resolver os nossos próprios problemas.

Porque haveria Jesus de resolver um problema que não é dele, é nosso? Por que haveria Jesus de resolver uma situação qualquer que nós mesmos criamos, nesta ou noutra vida?

Por isto mesmo Jesus disse que nos aliviaria. Não disse que nos CURARIA justamente porque a cura depende de nós mesmos. O alívio, no entanto, é um consolo dado para que possamos melhor procurar a solução do nosso problema. Aliviar não é curar.

Não cabe a Jesus resolver nossos problemas. Esta é tarefa nossa. Mas nem sempre podemos realizar a tarefa sozinhos e freqüentemente precisamos que alguém nos auxilie. É aí que entra Jesus, o melhor auxiliar que um homem pode ter.

Ao oferecer o alívio, Jesus nos dá ao mesmo tempo a oportunidade de que precisamos para corrigir nossos desvios e problemas. Mas de que maneira Jesus nos ajuda? Quero dizer, na prática como esta ajuda funciona?

A primeira regra, segundo Jesus, é ir até Ele.

Pois bem! Freqüentando o Centro Espírita estou indo até Jesus, estou procurando estabelecer um contato direto com ele através do Centro. Ou então através da prece realizada com o coração. Então considero esta parte realizada.

Mas não é bem assim.

Quantas pessoas vêm ao Centro apenas pela obrigação de vir. "Se tenho que ir ao Centro para me curar, então vou!" Pensam alguns, achando que estão fazendo um favor, ou um sacrifício aos Céus em favor de si mesmos. É como se dissessem: "Olha, Jesus, minha parte estou fazendo, estou indo ao Centro, agora espero a sua parte".

Pessoas assim estão com o pensamento muito longe de Jesus e bem próximo do relógio, preocupados com a hora de ir embora. Não estão preocupados em aprender nada, não estão interessados em mudar nada em suas vidas. Estão apenas cumprindo sua parte nesta verdadeira "negociata".

Mas, se não me incluo entre estas pessoas, e venho ao Centro com a intenção evidente e verdadeira de saber como Jesus pode me ajudar, aliviando-me o fardo, então terei cumprido a primeira parte.

Segundo nos disse, é necessário que tomemos sobre nós o seu jugo, e acrescenta que seu jugo é suave. Qual é o jugo de Jesus? È precisamente a prática de amor a Deus, ao próximo e a nós mesmos. E nisto está resumido todo o código moral que Jesus nos ensinou. Se quisermos melhor entender este jugo, podemos começar entendendo o que o Mestre quis dizer no Sermão da Montanha, por exemplo. À medida que conhecemos e entendemos o Seu Evangelho, mais e mais claras as situações se tornam.

Por isso Ele acrescentou que devemos aprender com ele ("aprendei de mim"). E o que podemos aprender com ele? Podemos começar, como Ele próprio indicou, pela brandura e humildade ("... que sou brando e humilde de coração..."). O desenvolvimento da brandura nos afasta imediatamente dos momentos nervosos e irritantes que tanto nos prejudicam no dia-a-dia. A brandura faz com que sejamos mais pacientes, mais tolerantes, mais calmos. E quando estamos calmos, fica mais fácil entender, aceitar e resolver os problemas que nos afligem. A humildade, por sua vez, afasta de nós aquelas posturas arrogantes que nos faz botar o dedo em riste quando discutimos com alguém, ao mesmo tempo em que nos faz calar a nossa voz para que a voz do tolo fale mais alta. Evitamos os revides tão comuns em discussões, e evitamos os agravos e maus tratos.

Sermos humildes significa que admitimos com tranqüilidade que não somos perfeitos. Que erramos, e quando erramos, prejudicamos e ferimos outras pessoas mesmo sem o sabermos. Que não somos bons, somos maus, porque nem mesmo Jesus se considerava bom como nos descreveu Mateus (19, 16:17). Que não sabemos tudo e ainda falta muita coisa para aprendermos e que sempre encontraremos dois tipos de pessoas: as que sabem mais do que nós, com quem poderemos aprender; e aquelas que tem alguma coisa a prender conosco e precisamos ensiná-las na medida de seu próprio interesse. E mais freqüentemente encontraremos estes dois tipos numa mesma pessoa.

Temos que ser humildes em saber que ninguém busca um sofrimento voluntariamente. Ninguém quer sofrer. O que queremos é ser felizes. E nesta busca, nós sempre procuramos fazer, ou dar o melhor de nós mesmos.

Porque sofremos mesmo dando o melhor de nós?

Mesmo o marginal que rouba e mata, o faz pensando que está fazendo o que é melhor para ele e dando o melhor de si.Então, só existe uma resposta: o nosso melhor ainda não está bom. Quando damos o melhor de nós e ainda sai errado, é porque o nosso melhor é muito ruim.

Preciso melhorar o meu melhor. Dar o melhor de mim não está sendo suficiente. Por isso, aceitar o jugo de Jesus é de extrema importância. Aprenderemos onde e como melhorar, de tal forma que o nosso melhor de amanhã será superior ao de hoje e assim por diante.

Melhorar o nosso melhor, reformular conceitos, opiniões e comportamentos chama-se reforma íntima.

Com isso encontraremos então o repouso para nossas almas porque o fardo torna-se leve. Já não mais será um fardo pesado.

O peso do fardo está relacionado diretamente a nossa capacidade de sermos brandos e humildes. Quanto mais orgulhosos, quanto mais revoltados e quanto mais indignados ficamos diante do nosso sofrimento, mais pesado será o fardo, ou seja, mais e mais difícil será suportamos o sofrimento.

Mas, enfim, porque sofremos? Porque temos que sofrer? Não seria mais fácil vivermos sem sofrimentos?

Na verdade, o sofrimento é tanto maior quanto maior for o nosso interesse e apego nas coisas do mundo. Proporcionalmente o sofrimento será tanto menor quanto maior for o nosso interesse nas coisas espirituais. Se estivermos mais interessados nas coisas e situações materiais, mais difícil será de entendermos e aceitarmos o Evangelho, e mais longe estaremos da solução.

Além do mais, são as dificuldades da vida que nos impulsionam. Imaginem se Deus nos desse a comida de que precisamos... Pra que trabalhar? E se Deus nos desse todo o conforto que queremos? Para que novas pesquisas e descobertas? Da mesma forma, para que nos modificarmos se nossos comportamentos errados não nos dessem o sofrimento de que queremos nos livrar?

Ao permitir o nosso sofrimento, quer o Pai Celestial que descubramos a forma de evitá-los. E quer que descubramos pela nossa própria força porque assim a conquista será nossa, com todos os méritos que teremos. Não será algo que nos foi dado sem esforço e sem merecimento.

O Espiritismo, mostrando-nos que ninguém neste mundo sofre sem merecer, nos dá a conhecer as vidas passadas. Com isto fica mais fácil entender que se não conseguimos identificar a causa do nosso sofrimento nesta vida, podemos identificá-la em uma vida passada. Assim, a aceitação é menos dolorosa. Mas não para por aí. Ao demonstrar que a vida passada e a futura estão interligadas pelo presente deixa claro que ninguém está impedido da reparação; que por maior seja o sofrimento sempre haverá um ponto no qual a vida tomará um rumo para melhor, e podemos já nesta vida vislumbrar um horizonte mais claro, mais calmo, mais feliz. Assim fica fácil entender porque somos escravos do nosso passado, sofrendo-lhe as conseqüências de forma inevitável; mas também somos senhores do nosso futuro, imprimindo sobre ele a qualidade que queremos.

No entanto temos que reconhecer que não é fácil seguir Jesus. Aceitar seu jugo não é assim tão simples, porque aceitar este jugo significa que temos que seguir suas orientações.

A coisa que mais nos amedronta é abandonar velhos conceitos e situações que nos são confortáveis. Confundimos as coisas boas com coisas saudáveis.

Se alguém acha que as drogas são ruins, estão enganadas. Elas são gostosas, tão gostosas que ficamos dependentes delas. Se fossem ruins ninguém queria.

Por isto mesmo Paulo de Tarso nos orienta que podemos fazer de tudo, mas não devemos fazer de tudo. E este é um dos nossos problemas. Se gostarmos, queremos não importa o mal que nos faça. Confundimos o bom com o útil.

Com isso estimulamos nosso orgulho e nossa vaidade. Criamos uma zona de conforto e dela não queremos sair, mesmo com os sofrimentos que recebemos. Queremos eliminar o sofrimento, mas não queremos renunciar à causa do sofrimento.

É assim que temos, por exemplo, o hábito de exigir a perfeição alheia em tudo. Brigamos com uma pessoa e depois queremos sua amizade de volta, mas mantendo o hábito de exigir perfeição alheia.

Não querendo rever nossos conceitos, modificar nossas atitudes, enfim não querendo realizar um trabalho de autoconhecimento e reforma íntima, vamos cometendo erros e angariando sofrimentos incontáveis.

Se não é fácil seguir Jesus, também é verdade que não segui-lo representa o peso do nosso fardo. Por isso nosso fardo é tão pesado. Para aliviá-lo, só mesmo com Jesus.


JUGO = Parelha de bois; canga; medida agrária usada para medir a quantidade de terra tombada num dia de trabalho. No sentido dado por Jesus refere-se à submissão imposta pela Sua autoridade. Ao aceitarmos o jugo de Jesus estamos nos submetendo à Sua autoridade. Como a autoridade de Jesus se fundamenta no amor, Seu jugo é leve..

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