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Farol do Caminho
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  1. A caridade material e a caridade moral
  2. A coragem da fé
  3. A eclosão da mediunidade
  4. A fé que transporta montanhas
  5. Ajuda-te e o Céu te ajudará
  6. Amar ao próximo como a si mesmo
  7. A mediunidade dos animais
  8. A mediunidade na história
  9. A mulher na história
  10. A quem muito foi dado, muito será cobrado
  11. A Simbologia da Páscoa
  12. Bem aventurados os aflitos
  13. Buscai e achareis
  14. Comunicação mediúnica
  15. Desenvolvimento mediúnico
  16. Determinismo e Livre Arbítrio
  17. Finados
  18. Fora da caridade não há salvação
  19. Há muitas moradas na casa do Pai
  20. Jesus no lar
  21. Lavar as mãos
  22. Mundos Superiores e mundos inferiores
  23. Natal
  24. Não separar o que Deus juntou
  25. Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo
  26. O amor ao próximo
  27. O Cristo Consolador
  28. O Diabo - Uma breve visão do Maligno
  29. O tríplice aspecto do Espiritismo
  30. O jugo leve
  31. Retorno a vida corporal

O Tríplice Aspecto do Espiritismo

Vitorino José

Várias são as definições das funções humanas, no tocante às funções da consciência. Podemos definir com conceitos bem aceitos que são três as funções da consciência:

Para entendermos estas funções, tomemos um exemplo: Digamos que você queira fazer um cortador de papel.

Em primeiro lugar, você analisou as várias condições a sua volta:

Depois, você passou a analisar os materiais que você dispõe para fazer alguma coisa com os papéis. Uma lixeira não lhe interessa, já que não atende as suas necessidades. Observando atentamente, você descobre que o ideal mesmo é um cortador de papel, pois todos os materiais para produzi-lo estão em fácil alcance.

A próxima etapa será a do projeto do cortador de papel. Você definirá seu formato, e de que materiais será feito. A base será de madeira sobre um amparo de metal; a lâmina deverá ser cortante, etc...

Até aqui, executamos a primeira função da consciência; a Teorização. Tudo isto não passou de simples interpretação da realidade a nossa volta. Olhei tudo em volta, e interpretei da minha maneira. Possivelmente, outra pessoa analisando as mesmas condições, teria uma solução ou uma forma de interpretar estas necessidades diferentes da minha.

A esta forma de consciência, geralmente chamamos Filosofia. Filosofar, então, pode ser visto como a interpretação da realidade.

Terminada a fase de Teorização, passamos a realização. Chegou à hora de colocarmos a "mão na massa".

A reunião dos materiais adequados, o trabalho, a técnica, os instrumentos e os conhecimentos que usaremos para atender nossa necessidade, resultarão numa transformação da matéria. Analisaremos a matéria desejada, e as transformaremos, dando-lhe a aparência desejada.

Ao uso do conhecimento para conhecer e transformar a matéria é dado o nome de ciência. Todas as vezes que analisamos uma matéria para conhecer-lhe e transformar sua aparência, estamos sendo científicos. Assim é fácil concluir que a Ciência estuda, analisa, experimenta e transforma (ou não) uma matéria qualquer.

Esta é a segunda função da consciência: a Prática.

Pronto o objeto, passamos a usá-lo. Neste uso, estabelecemos uma relação entre nós e o objeto. Esta relação pode assumir vários aspectos: Existem pessoas que se apegam de forma extremamente afetiva ao objeto; outras não lhe dão qualquer importância a ponto de provocar danos. Esta relação conceitual - emotiva é chamada de Religião.

Esta explicação define, filosoficamente o aspecto tríplice do Espiritismo.

Apesar dos incansáveis conselhos de Kardec, e das suas diversas afirmações de que o Espiritismo não é, nem Ciência, nem Filosofia, nem Religião, mas uma Doutrina, os espíritas continuam fazendo suas confusões. E como Doutrina, ela contem os aspectos científicos e filosóficos que dão, por consequência um aspecto religioso.

Como Filosofia, o Espiritismo explica melhor do que qualquer outra, as maiores dúvidas do ser humano:

Em sua filosofia, o Espiritismo interpreta com extrema racionalidade a realidade que nos rodeia e a que está em nosso interior, o que nenhuma outra faz. Isto nos dá uma consciência de realidade além das possibilidades de outra corrente filosófica porque nos desvenda o mundo espiritual, mostra que nossa existência atual nada mais é do que a continuação de uma existência espiritual que atravessa esta e outras encarnações passadas e futuras.

A Ciência espírita nos revela, com bases sólidas e experimentais, a realidade do mundo espiritual e suas relações (entre os "mortos" e os vivos). Analisa e estuda o fenômeno mediúnico demonstrando que este sentido é comum aos seres humanos. Através de experimentações sérias e raras, materializa elementos do mundo espiritual, desde objetos, partes do corpo dos espíritos até mesmo espíritos de "corpo inteiro".

Ciência e Filosofia se completam. Na media que um descobre, outro analisa e interpreta. A consequência natural desta relação é a Religião.

No entanto, quando o assunto é Ciência ou Filosofia, parece não haver qualquer tipo de dúvida entre as pessoas. Quando falamos em Religião, a situação se complica.

Espiritismo é Religião?

Esta pergunta foi feita a várias personagens de renome no meio espírita, e suas respostas podem ser encontradas na Internet e em livros de autores consagrados no meio espírita.

De fato, precisamos nos acautelar com a resposta. Religião envolve uma série de obrigações e instituições que o Espiritismo não pratica.

Não dispomos de uma estrutura clerical (papa, bispo, padre, pastor, ministro, etc) encontrado nos meios católico e protestante. Não dispomos de nenhuma ordem constituída, como no Judaísmo e outras Religiões. No Espiritismo não existem conhecimentos reservados a uma determinada classe de seguidores. Os espíritas não praticam qualquer ritual ou ato sacerdotal.

Se analisarmos por este ângulo, o Espiritismo não é Religião.

No entanto, se considerarmos que a Filosofia e a Ciência são os mais potentes auxiliares da Religião, e que a Filosofia Espírita desenvolve uma Moral que nos leva até Deus, então o Espiritismo é Religião.

A palavra "religião" vem do verbo em latim "religare" que significa "religar, reunir com algo superior, transcendente". Este significado, como podemos ver, está muito longe do significado emprestado atualmente para esta palavra.

Podemos definir, então, que o Espiritismo é Religião no sentido de propiciar ao seu seguidor um sentimento de religiosidade, de religar o homem com o Ser Superior que governa e cria o Universo conhecido e desconhecido.

O aspecto religioso do Espiritismo é um aspecto decorrente da Filosofia e da Ciência. É um sentimento provocado como consequência lógica e natural da elevada Moral que a Filosofia nos proporciona. Não é um objetivo, um "status", o ponto principal. É uma decorrência...

Também precisamos estabelecer com clareza alguns conceitos correntes, e muito comuns, infelizmente. Algumas pessoas se dizem espíritas, mas não abandona o "santinho" no bolso, na carteira, pendurado no pescoço. Ou então, fazem questão de fazer suas orações de joelhos, acham que os "mortos" só serão socorridos, ou atendidos se, junto com as preces, estiver uma ou mais velas acesas. Outras não conseguem ir além da Bíblia, e acham que a Bíblia é a resposta para tudo, sem perceberem que o Espiritismo aceita a Bíblia, é claro, mas não fica estabelecida sobre ela, justamente por causa de seu Tríplice Aspecto. Existem também pessoas que fazem valer hábitos e conceitos de Religiões orientais, hindus, etc, como se fosse Espiritismo.

Convém esclarecer, antes de tudo, que o Espiritismo respeita todas as Religiões, aceita que cada uma delas possua seus valores, sua verdades. Por nossa vez, longe ficamos de querer desmerecer qualquer uma delas, ou qualquer de seus conceitos e valores. Ficamos, sim, é com o Espiritismo. Se alguma pessoa gosta ou acredita no que dissemos acima, tudo bem! O que não pode é dizer que isso é Espiritismo, porque não é!

O Espiritismo, por desenvolver e estimular a Fé Raciocinada, não convive com qualquer conceito que não seja lógico, explicável. Não aceita uma verdade sem exame, sem análise.

Dissemos que o Espiritismo possui três aspectos. No entanto é bom que se diga, que os três aspectos são componentes de UMA DOUTRINA. Por isso Kardec enfatizou que o Espiritismo não é Religião, Ciência ou Filosofia, mas sim uma Doutrina. E como Doutrina é que possui estes três aspectos.

Tomemos um exemplo: quando queremos tomar uma vitamina de abacate, pegamos a polpa do abacate, colocamos no liquidificador junto com o leite e o açúcar. Batemos. Temos aí uma vitamina que, na verdade é o resultado da mistura do abacate com o leite e com o açúcar. A mistura dos três gerou uma quarta substância que chamamos "vitamina de abacate". Já não é mais abacate, nem leite, nem açúcar. É vitamina que contêm os três, daí algumas características semelhantes como o sabor do abacate, mas não é abacate.

Assim é o Espiritismo: uma mistura de Filosofia. Ciência e Religião, tendo como resultado uma Doutrina. Esta Doutrina tem os três "sabores", mas não é nem um deles separados.

Não se pode dividir a Doutrina. Ninguém pode dizer: "Sou espírita - filosófico", ou "Sou espírita - religioso", ou "Sou espírita - científico" porque se está afirmando ser alguma coisa que não existe. Quando dizemos que só aceitamos e acreditamos no aspecto Religioso do Espiritismo, mas não acreditamos, nem aceitamos o aspecto Científico e/ou Filosófico, então estamos acreditando em qualquer outra coisa, menos no Espiritismo.

Para finalizar, comparemos o tríplice aspecto do Espiritismo com a Consciência, comentada no início da aula. Embora o desenvolvimento da consciência se dê em três aspectos, a consciência é uma só. Assim é o Espiritismo: embora possua três aspectos, é uma só Doutrina. Por esta semelhança é que o Espiritismo é bem aceito pelas pessoas de bom senso.

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